A erva-mate é uma tradição milenar, sendo consumida por muitos povos indígenas, mesmo antes da chegada dos europeus às Américas. Mas, diferentemente dos nossos ancestrais, o setor ervateiro evoluiu muito diante da alta competitividade, principalmente com o desenvolvimento de um equipamento conhecido como secador de erva-mate.
A secagem é uma das etapas mais importantes no beneficiamento da erva-mate, interferindo diretamente na qualidade do produto, tanto na coloração, como na composição química e, consequentemente, no sabor.
Assim, é extremamente importante que profissionais do setor entendam mais sobre o beneficiamento das folhas, tendo no secador de erva-mate uma das etapas centrais dentro de um processo produtivo neste tipo de indústria.
O que é a erva-mate?
A erva-mate é a matéria-prima de uma bebida conhecida como chimarrão ou mate. É largamente consumida na região Sul do Brasil e nos países do Cone Sul como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.
A erva-mate produz uma bebida estimulante que apresenta várias propriedades benéficas para a saúde, principalmente as substâncias antioxidantes.
Atualmente, o Brasil é o principal produtor de erva-mate do mundo, com 880 mil toneladas produzidas no ano de 2019. Estamos à frente da Argentina com 837 mil toneladas e do Paraguai, com uma produção de 171 mil toneladas.
Já o consumo brasileiro de erva-mate é crescente e com grande potencial, seja para preparar chimarrão, chás ou outros derivados. Mais de 80% do consumo é feito na forma de chimarrão, principalmente na região Sul.
Por estar entre as bebidas mais populares e consumidas na América do Sul, a erva-mate tem sido extensivamente estudada, tanto quanto aos princípios ativos e características produtivas, quanto do processo de beneficiamento.
Descrição do processo produtivo no beneficiamento da erva-mate
O beneficiamento da matéria-prima começa com o trabalho do agricultor. Cabe a ele colher a planta e entregar na indústria a erva-mate já previamente selecionada e classificada quanto ao meio de cultivo (sombreado ou a pleno sol).
A matéria-prima permanece na área de armazenamento até o processamento. São observadas as condições de classificação previamente estabelecidas em campo e realizada uma seleção manual do produto, destinada à retirada da matéria-prima de qualidade inferior àquela exigida pela empresa.
Logo após, inicia-se o processo de sapeco, que é a nomenclatura utilizada na indústria ervateira para o processo de branqueamento da matéria-prima. Este processo é realizado em um equipamento cilindro metálico giratório, através do qual a erva recebe o calor das chamas, saindo sapecada.
Esta prática retira a umidade superficial, inativando as enzimas peroxidases e polifenoloxidase existentes na erva-mate. Esse processo fará com que a erva-mate, mesmo após secada, preserve seu aroma suave e seivado. Além disso, o sapeco também ajuda que a erva-mate preserve a coloração esverdeada.
A secagem é o processo é realizada em um secador de erva-mate com características apropriadas que permitam que as folhas fiquem encrespadas e quebradiças.
Este processo foi melhorado ao longo dos anos, acompanhando a evolução da indústria ervateira, principalmente para melhor aproveitamento do calor no secador, resultando em uma maior uniformidade e velocidade na secagem das folhas, como veremos de uma forma mais detalhada a seguir.
Processo de secagem de erva-mate
A secagem é uma das etapas fundamentais no processamento e beneficiamento da erva-mate, influenciando diretamente as características químicas e sensoriais do produto processado.
Em um primeiro momento, o processo de secagem da erva-mate apresenta certa similaridade ao sapeco. Contudo, em um secador de erva-mate o processo de secagem ocorre a uma temperatura bem menor (45ºC a 100ºC), com a erva ficando exposta por um maior período de tempo, que em processos industriais podem durar em torno de 6 horas.
Esse processo ocorre por fogo indireto, em que se retira o restante da umidade do produto, obtendo-se a erva-mate triturada e seca que é denominada de erva-mate cancheada. Durante esse procedimento, a erva-mate folha sofre uma desidratação que ocasiona uma perda de peso da ordem de 60%.
A secagem de erva-mate exige o uso de ar aquecido
Com os avanços da tecnologia, atualmente existem indústrias com sistemas de secagem bem mais modernos, principalmente para evitar o contato da erva-mate com a fumaça dos gases de combustão.
Assim, como o processo de secagem da erva-mate ocorre com temperaturas mais baixas, não há a recomendação dos gases de combustão e sim do chamado de ar limpo, caracterizado como um ar aquecido totalmente isento de fumaças.
Para isso, há o uso de uma fornalha que realiza a queima de resíduos de biomassa. Ela é acoplada em um trocador de calor (ar/gás) que será responsável pela troca de combustão com o ar externo (ambiental). Este ar será preaquecido e direcionado ao secador, que irá receber um ar totalmente limpo.
Gases de combustão abaixo de 150ºC sobre condensação com consequente formação de hidrocarbonetos policíclicos (HPAs) podem ser contaminantes do produto, através do benzopireno (que é cancerígeno).
Assim, nessa faixa de temperatura para secagem da erva-mate há a necessidade de se trabalhar com ar aquecido, em detrimento do gás de combustão.
Secagem indireta Imtab: confiabilidade e eficácia para melhores resultados
Os secadores Imtab representam o que há de mais moderno na secagem de erva-mate no Brasil. Para isso é utilizado um sistema integrado extremamente eficiente que combina simplicidade de projeto com facilidade de manutenção, além de uma qualidade de construção bastante robusta.
Os secadores de piso móveis da Imtab, transportam material úmido/saturado de uma tremonha ao longo de um piso de secagem móvel alimentado com um fluxo variável de ar controlado por temperatura, fornecendo otimamente material seco pronto para uso ou armazenamento.
Com controles computadorizados de tela sensível ao toque e fáceis de usar, os secadores são gerenciados por um único operador e oferecem a opção de fornecer calor de secagem de uma ampla variedade de fontes, incluindo caldeiras de biomassa e queimadores de biomassa. Trabalhando assim com grandes volumes de ar e baixa temperaturas para secagem, sem perder as propriedades do produto seco.
Com isso, estão disponíveis uma variedade de pisos de secagem intercambiáveis, zona de resfriamento opcional e extensões de tremonhas e, com uma saída térmica de até 2000kW.
São também capazes de processar uma ampla gama de materiais saturados, incluindo cavaco de madeira, serragem, lodo industrial e a tão desejada erva-mate, representando uma solução ideal para aqueles que exigem um suprimento garantido de alta qualidade, com ótimo controle de teor de umidade, tudo isso para garantir um produto com umidade padronizada.
Quer saber mais sobre o beneficiamento de erva-mate? Então te convidamos a ver como funciona o processo de sapeco de erva-mate.
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