Secagem de grãos: como funciona esse processo?

10 nov, 2023 | Secagem de grãos | 0 Comentários

Quem produz grãos sabe que o processo produtivo não termina na colheita. A operação pós-colheita é também essencial e garante a preservação do produto final. Assim, a secagem de grãos se destaca pela sua importância.

Após a colheita, a maioria dos grãos apresenta teores de umidade superiores ao recomendado e seguro. Dessa forma, dificulta o processo de armazenagem em silos ou transporte por longas distâncias, comprometendo a qualidade do grão.

Tal fato só reforça a importância da secagem de grãos. Mas você sabe como funciona esse processo e quais são as modalidades de secagem mais comuns? 

Confira detalhes sobre como funciona o processo de secagem de grãos e muito mais sobre o tema no nosso artigo de hoje.

Por que secar grãos logo após a colheita?

Assim que a colheita é realizada, os grãos precisam ser armazenados em silos. Portanto, para um armazenamento seguro e garantia da qualidade do produto, recomenda-se a secagem de grãos.

Essa operação tem por finalidade reduzir o teor de umidade dos grãos a um nível adequado para a estocagem. Desse modo, permite armazenar o grão por um período maior e com o máximo de qualidade.

Além disso, uma boa secagem de grãos contribui com a minimização das perdas quantitativas e qualitativas ocorridas no campo, seja pelo atraso da colheita ou devido ao armazenamento inadequado do produto.

A secagem de grãos também é um facilitador da colheita com umidade alta, que, por sua vez, traz diversas vantagens ao produtor, como:

  • Planejamento da colheita, com a possibilidade de realizá-la com antecedência;
  • Possibilidade de colher mais horas por dia e mais dias por safra;
  • Contribui com a menor perda de sementes por deiscência/degrane natural.

A secagem também permite a estocagem dos grãos por mais tempo. Com isso, é possível vender o produto quando o preço for mais compensador.

Consequências da secagem ineficiente dos grãos

Como visto anteriormente, a principal função do secador é realizar a retirada de umidade dos grãos, permitindo que eles sejam estocados por mais tempo e com total segurança. 

Mas você sabe quais são as consequências de não realizar o processo corretamente?

Assim que são colhidos, os grãos apresentam um teor elevado de umidade. Esse teor varia de acordo com a espécie, mas fica entre 30 e 40%.

Isso pode gerar vários problemas, tanto qualitativos quanto quantitativos, como:

  • Proliferação de microorganismos e fungos, que produzem as micotoxinas;
  • Redução das propriedades, características e qualidade do produto;
  • Rápida deterioração dos grãos armazenados;
  • Grandes perdas do volume de grãos e consequentemente de dinheiro.

Dessa forma, para evitar tais problemas, a secagem de grãos torna-se altamente necessária. Mas como esse processo é realizado? Confira no tópico a seguir!

Como funciona a secagem de grãos?

A secagem de grãos é baseada em um processo simultâneo de transferência de calor do ar para o grão. E ao mesmo tempo, pelo fluxo de vapor de água do grão para o ar. Por consequência, reduz a umidade relativa da massa de grãos.

Durante a secagem, o teor de umidade dos grãos acompanha a diminuição de umidade do ar em razão de uma corrente de ar quente, tendendo ao equilíbrio higroscópico.

Para que a secagem de grãos ocorra, dois processos podem ser adotados: método natural e método induzido, caracterizado como artificial.

Método natural 

Esse é um método caracterizado pela incidência da radiação solar sobre a massa de grãos a céu aberto. A radiação aquece a massa e promove uma lenta redução do teor de umidade dos produtos.

No Brasil, é uma modalidade mais adotada na secagem de milho e feijão por pequenos agricultores, café em terreiros e cacau em barcaças.

Porém, a desvantagem é a dependência das condições climáticas, além de ser ineficiente para grandes produções.

Método induzido (ou artificial) 

Esse método é muito mais eficiente e rápido. Ele consiste no uso de secadores, responsáveis por todo o processo de secagem de grãos. 

Os secadores — que recebem calor da fornalha através da queima de combustíveis, caso do cavaco — têm a função de proporcionar um fluxo de ar aquecido num ambiente fechado, caso de silo. 

Com isso, o processo de secagem é acelerado e unifica toda a massa de grãos na umidade desejada.

A secagem artificial é mais utilizada em grandes quantidades de grãos. Por isso, saiba mais sobre o método no tópico a seguir!

Tipos de secagem artificial de grãos

Mais eficientes e recomendados para grandes produções, os processos artificiais de secagem se dividem em praticamente três tipos:

  • Estacionários;
  • Contínuos; e
  • Intermitentes.

Acompanhe como funciona cada tipo: 

 Secagem artificial estacionária

O primeiro método consiste no ato de forçar o ar através de uma massa de grãos que permanece sem se movimentar. Esse método requer precauções especiais para o seu adequado desempenho, tais como:

  • Correto fluxo de ar – O ar forma condições ideais para que ocorra retirada de água dos grãos por evaporação, transportando o calor desde a fonte até a câmara de secagem.  Assim como retira a umidade do sistema de secagem, dando continuidade à evaporação; 
  • Umidade relativa do ar (UR) – Como todo material higroscópico, os grãos perdem ou ganham umidade em função da UR, sempre visando o equilíbrio. Por isso, priorizar a umidade do ar dentro da câmara é essencial;
  • Temperatura do ar de secagem – Os grãos permanecem em contato com o ar aquecido por muito tempo. Por isso deve-se tomar precauções quanto à temperatura do ar, pois a massa de grãos tende a atingir a mesma temperatura do ar de secagem.

Secagem artificial contínua

Na secagem por processos contínuos, o produto entra úmido no secador, sai seco e relativamente frio, passando apenas uma vez pelo secador. Os secadores apenas operam em modo contínuo quando a umidade de entrada do produto não ultrapassa a 18% (BU – base úmida).

Secagem artificial intermitente

Por fim, para teores de umidades de entradas excedentes a 18%, a secagem pode ser obtida por operação intermitente. Dessa forma, o produto passa por diversas vezes pelo secador antes de completar a secagem.

A intermitência permite que o transporte de água ocorra do interior para a superfície do grão, durante o período de equalização, diminuindo a sua concentração dentro do produto.

Diante de tudo que você acompanhou neste artigo, fica claro que a secagem de grãos é muito vantajosa e até mesmo indispensável para contribuir com a qualidade da produção final.

Você quer saber mais sobre este tema? Então confira este artigo do blog da Imtab e conheça as diferentes tecnologias utilizadas no processo de secagem industrial.

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