A busca por alternativas energéticas sustentáveis vem crescendo no Brasil, especialmente no Norte e Nordeste, onde o uso de combustíveis fósseis (carvão vegetal, óleos derivados de petróleo, gás natural e GLP) ainda é predominante.
Diferente do Sul (onde cavaco de madeira, resíduos agrícolas e florestais já são amplamente utilizados como biomassa), essas regiões enfrentam limitações na oferta desses combustíveis verdes. Então, o que fazer?
Nesse contexto, o caroço do açaí surge como uma solução inovadora, capaz de transformar resíduos em energia eficiente, reduzindo custos e emissões de carbono.
O assunto, inclusive, tem sido pautado de forma relevante durante debates do COP 30 Brasil-Amazônia, que será realizada em Belém.
Continue lendo para entender melhor a importância dessa solução energética sustentável da região.
Por que o caroço do açaí é uma biomassa promissora
O caroço do açaí possui alto poder calorífico e, quando processado corretamente, pode ser usado como combustível em caldeiras e fornalhas industriais.
Além disso, o aproveitamento desse resíduo contribui com a economia circular, reduzindo desperdício na cadeia produtiva dele.
Um bom resumo desse potencial pode ser conferido em uma reportagem do Bom Dia PA, disponível no Youtube:
A região Norte, especialmente o Pará, produz cerca de 1,7 milhão de toneladas de açaí por ano, sendo responsável por aproximadamente 90% de toda produção brasileira.
Dado que o caroço representa cerca de 80-90% do peso do fruto, isso indica um volume enorme de biomassa residual que, em muitos casos, ainda não é aproveitado adequadamente.
Ou seja, existe uma oferta abundante local que permite reduzir a dependência de combustíveis fósseis e custos logísticos.
Case Imtab: Abaetetuba, Pará
Um exemplo prático de aplicação é o projeto da Imtab em Abaetetuba, no Pará. Entregamos uma fornalha/gerador de gás quente de 12.000.000 kcal/h, que será alimentada com caroço de açaí in natura e acoplada a um sistema de secagem.
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O queimador industrial Imtab reduz a umidade do combustível, tornando-o apto para uso em caldeiras e maximizando a eficiência da queima.
A grande vantagem dessa tecnologia é que ela permite que o próprio caroço úmido seja utilizado para secar o restante do material.
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Benefícios ambientais e econômicos do caroço de açaí
O aproveitamento do caroço do açaí como biomassa na alimentação de geradores de calor reduz a emissão de gases de efeito estufa e diminui a dependência de combustíveis fósseis, alinhando-se às metas de sustentabilidade do país.
Além disso, gera oportunidades econômicas, valorizando resíduos agroindustriais e criando novas fontes de receita aos produtores locais.
Do ponto de vista industrial, a sua utilização contribui na redução de custos de energia e otimização de processos.
A transformação de um resíduo em recurso energético eficiente representa um exemplo concreto de inovação sustentável.
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Desafios técnicos e soluções para essa alternativa
Embora o caroço do açaí tenha grande potencial, o uso como biomassa apresenta desafios relacionados à umidade e densidade do material, que podem afetar a eficiência da queima.
É aí que as fornalhas da Imtab se destacam: pré-processam o caroço úmido, garantindo que ele esteja pronto para uso em caldeiras ou em equipamentos com menor eficiência de queima.
Isso garante:
- Estabilidade operacional,
- Eficiência energética,
- Máximo aproveitamento da biomassa.
Todos os geradores de calor da Imtab (gerador de gás quente, gerador de ar quente, caldeira flamobuluar e aquecedor de fluído térmico), possuem tecnologia para queima do caroço in natura.
Inclusive, o nosso grelhado móvel suspenso é indicado para combustíveis com alto teor de umidade, colocando-nos na vanguarda deste tipo de combustão.
E, claro, a vantagem de ter um gerador de calor que aceita um combustível mais úmido é de economia na operação, pois você não precisa pagar pelo custo de secagem da biomassa.
Comparação com outras biomassas da região Norte e Nordeste
Além do caroço do açaí, outras alternativas locais vêm sendo estudadas, como:
- Casca de castanha de caju: rica em calorias, disponível em menor quantidade.
- Casca de babaçu: abundante em algumas regiões, exige cuidado na queima.
- Fibra de dendê: ótimo potencial energético, demanda atenção às emissões de particulados.
O uso de blends permite que as indústrias adaptem a biomassa disponível à capacidade de seus equipamentos, maximizando eficiência e garantindo sustentabilidade.
A Imtab opera equipamentos com blends de biomassa, como 70% de cavaco de madeira e 30% de caroço de açaí, além de outros combustíveis, mostrando a flexibilidade da solução.
O futuro do caroço do açaí como biomassa
Essa é uma oportunidade de inovação e sustentabilidade.
Com tecnologias adequadas, é possível superar desafios técnicos e aproveitar ao máximo o potencial energético do resíduo, gerando economia e reduzindo impactos ambientais.
Além disso, políticas de incentivo e a crescente demanda por soluções sustentáveis, o caroço do açaí tem grande potencial para se consolidar como fonte de energia confiável no Brasil.
O projeto de Abaetetuba mostra que é possível aliar tecnologia, eficiência e responsabilidade ambiental, transformando um resíduo regional em um recurso estratégico.
Esse exemplo reforça que soluções locais e inteligentes podem transformar a realidade industrial do Norte e Nordeste, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais.
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