Todo profissional que já trabalhou com tijolos refratários sabe que eles têm como característica central a capacidade de resistência e a retenção de altas temperaturas. Por isso, são utilizados em fornalhas.
Assim, eles suportam altas temperaturas sem sofrer alterações na estrutura. Ou seja, podem ser expostos ao calor, sem danificar a:
- Resistência;
- Condutividade térmica e elétrica.
Porém, para um uso mais seguro e eficiente, é fundamental realizar a inspeção. Assim, garantindo a segurança e qualidade do material.
Neste artigo, entenda o conceito de tijolos refratários e a importância da inspeção desses produtos!
O que são os tijolos refratários?
Os tijolos refratários são materiais específicos que elevam a resistência às altas temperaturas e aos demais agentes externos. Logo, evitam danos ao equipamento ou intensas perdas de calor.
Segundo a ABNT NBR 8826, citada neste artigo, os produtos podem ser naturais ou artificiais. Assim como suportam temperaturas elevadas sem se deformarem de forma acentuada e em condições específicas de utilização.
Os tijolos comuns têm a estrutura degradada quando expostos a calor excessivo. Por outro lado, os refratários possuem a capacidade de apresentar cor e condutividade térmica específicas.
Principais vantagens no uso de tijolos refratários
Os tijolos refratários são aplicáveis em muitos segmentos industriais expostos à alta temperatura, como:
- Indústria metalúrgica, siderúrgica e cerâmica,
- Setores petroquímico;
- Refino de petróleo.
Mas, para melhor entender a relevância dos tijolos refratários, vale conheceras principais vantagens deles, como:
- Sob altas temperaturas e suas oscilações, os tijolos refratários têm, por característica, não alterar sua estrutura, se mantendo íntegros;
- Isolamento térmico e acústico;
- Boa resistência à propagação de umidade, especialmente quando comparados aos tijolos ditos comuns;
- Excelente custo-benefício: O custo dos tijolos refratários e das argamassas próprias apresentam preços bastante justos, principalmente pelos benefícios que oferecem;
- Apresentam excelente resistência mecânica.
Além destes muitos benefícios, eles são versáteis. Se utilizados corretamente, também apresentam durabilidade e resistência.
Mas, para que todos os benefícios sejam obtidos, é imprescindível priorizar a inspeção dos tijolos refratários.
No ambiente industrial, por exemplo, a inspeção regular garante a segurança no uso das fornalhas, contribuindo com a qualidade e segurança dos serviços realizados.
Regras gerais para inspeção de tijolos refratários
Como você viu anteriormente, a inspeção de tijolos refratários é fundamental para a manutenção desses materiais usados nas fornalhas.
Quando possuem a frequência e a periodicidade exigidas, essa prática prolonga a vida útil dos equipamentos térmicos, permite o funcionamento sem perdas excessivas de calor e aumenta a segurança.
Dessa forma, conhecer a legislação de inspeção em tijolos refratários é essencial. Essas inspeções são devem ser executadas conforme as seguintes normas:
ISO 5022 (1979)
Apresenta todas as diretivas para amostragem de produtos refratários conformados e para obtenção de uma amostra, do menor tamanho possível, para avaliação da qualidade de um lote, como destacado pela Associação Brasileira de Cerâmica (ABCERAM) neste material técnico.
DIN 51061
Também citado pela ABCERAM, essa é uma norma alemã que descreve procedimentos e tipos de amostragens possíveis para refratários e massas.
Com base nessas duas normas, a inspeção de tijolos refratários engloba algumas regras importantes. Nelas, as inspeções devem:
- Ser executadas no fornecedor;
- Por profissionais e clientes juntos.
O material da ABCERAM explica que para amostragens não destrutivas usam-se normalmente as seguintes regras:
- AQL de 1,5% para inspeção visual de superfícies;
- AQL de 4,0% para peças standard retangulares ou quadrados;
- AQL de 6,5% para avaliação dimensional e pré-montagens;
- Em um palete de tijolos a amostragem não deve ultrapassar 20% do volume empilhado.
Importante ressaltar que a definição de AQL é “limite de qualidade aceitável”. Ou seja, representa a quantidade máxima de defeitos em porcentagem (ou o número máximo de defeitos para cada cem unidades).
Demais critérios de avaliação
Além das duas normas já citadas, há também outros critérios que ajudam na avaliação/inspeção de tijolos refratários. Com destaque para:
Resistência dos cantos
Bons tijolos terão os cantos e esquinas em boas condições. Portanto, não podem soltar grãos quando são esfregados com a mão.
Som
Outra boa forma de identificação de problemas associados à textura da superfície do material refratário é o som, sendo esse um dos critérios mais aplicados. Nesse teste, há o uso de um martelo de metal de 100 gramas com cabo de madeira.
Neste teste, as peças bem queimadas e sem defeitos vão apresentar normalmente som agudo.
Trincas
A análise é feita com uma lupa com escala micrométrica. Assim, as trincas superficiais acima de 0,2 mm são aceitas com limitações.
Já para fissuras menores que 0,2 mm, deve ser feito o teste de ultrassom ou martelo.
Aparência de quebra
A área da quebra do tijolo deve apresentar uma consistência uniforme tanto de granulometria quanto de homogeneidade.
Diante desses pontos, o projeto e a construção de fornalhas dependem da qualidade dos materiais utilizados, além do seguimento das normativas.
Afinal, todo o cuidado com as altas temperaturas é necessário para evitar perdas materiais e até acidentes de maior gravidade.
Por isso, recomendamos sempre buscar uma assessoria técnica com especialistas e fabricantes que atendam todas as normas de segurança e inspeção.
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Bom conteúdo.