O consumo de erva-mate tem uma tradição milenar. Mas, os setores produtivos dentro do setor ervateiro se desenvolveram ao longo dos séculos, tanto que hoje o processo de pré-secagem, também conhecido como sapeco da erva mate, evoluiu muito.
O sapeco da erva-mate deve ser realizado da forma mais rápida possível, logo após a colheita. Por isso, muitas empresas adotam secadores mecânicos apropriados, conhecidos como sapecadores, que aumentam a eficiência e a qualidade do produto.
Entenda o que é o sapeco da erva-mate, o princípio do processo e os tipos de sapecadores mais utilizados.
Plantio e processamento da erva-mate: Entenda mais sobre os processos
De modo geral, a erva-mate é sempre plantada em meio à floresta, dentro de um sistema de cultivo conhecido como agroflorestal.
Em um primeiro momento as mudas são geralmente fecundadas em viveiros específicos, e vão para o plantio nas propriedades quando os lotes já estão com tamanho aproximado de 10 a 15 cm.
Ao atingir o quarto ano, a planta atinge o estado maduro. Nesse momento, é chegada a hora da primeira colheita, realizada com facões ou serras e a ajuda dos chamados “tarefeiros”. Assim que colhidas, as plantas são conduzidas para a indústria.
Ao chegar na indústria, as folhas são colocadas na entrada do sapecador de forma manual ou por esteiras, iniciando o processo propriamente dito de sapeco da erva-mate.
Sapeco da erva-mate: Por que esse processo é tão importante?
Assim que são colhidas, as folhas de erva-mate iniciam um processo de deterioração natural, que ocorre logo após a poda. Ela está associada à ação das enzimas peroxidase e polifenoloxidase presentes nas folhas.
Estas enzimas catalisam reações de oxidação de compostos fenólicos, causando mudança na cor das folhas, principalmente quando há murchamento ou incidência de luz solar e calor sobre elas.
Para controlar este processo de escurecimento enzimático há a necessidade de reduzir a atividade das enzimas. Para acelerar esse processo, a indústria ervateira usa o sapeco da erva-mate como forma de controle da reação de escurecimento.
A alta temperatura é empregada nesse processo, pois o produto é exposto diretamente à chama e ao calor, fazendo um branqueamento térmico das folhas de forma similar ao empregado em outros produtos vegetais.
Como principal benefício, o sapeco fará com que a erva-mate, mesmo após secada, preserve o aroma suave e seivado. Também ajuda que a mesma mantenha a coloração esverdeada.
Processos de sapeco da erva-mate: Como funciona?
O processo de sapeco segue os princípios praticados pelos indígenas. Nele, a erva-mate é exposta ao calor direto da chama obtida com a combustão de madeira (lenha em toras).
Mas, mesmo que o princípio do processo tenha se mantido ao longo dos anos, a forma de execução e equipamentos empregados evoluiu.
Hoje em dia, o sapeco da erva-mate ocorre por meio de equipamentos mecânicos eficientes, consistindo em um cilindro metálico giratório, com uma média de diâmetro de 1,8 a 2,4 m e um comprimento de 6 a 9 m.
A carga é feita em uma das extremidades do equipamento sapecador, manualmente ou por esteira. A erva passa dentro do cilindro, recebendo chamas geradas por uma fornalha, saindo sapecada.
A erva se move ao longo do sapecador em função de algumas variáveis, caso da inclinação do cilindro, das aletas no interior, e do arraste dos gases de combustão. As aletas, dispostas na parte interna, facilitam o transporte do material vegetal.
Sapeco com Fornalhas IMTAB
A IMTAB, foi a pioneira no Brasil ao desenvolver uma fornalha para a queima de biomassa picada (cavaco) para o sapeco da erva-mate.
Para a aplicação da fornalha, a IMTAB contou com a parceria de ervateiras. Hoje, são mais de 20 equipamentos em funcionamento.
A fornalha IMTAB no processo de sapeco
É essencial saber que, para o que o sapeco tenha qualidade é necessário que possua uma chama constante passando entre as folhas durante o processo.
Porém, quando o abastecimento de lenha em toras é manual, a qualidade é comprometida por conta dessa alimentação não ser constante, ocasionando assim, variações no produto.
Outro problema que podemos citar quando não se tem um equipamento qualificado é a formação de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA,s). Ele ocorre por conta da baixa temperatura de combustão.
Com as Fornalhas IMTAB é possível trabalhar com uma variação de temperatura menor que 10°. O equipamento possibilita que a temperatura seja uniforme, padronizando a qualidade do sapeco e, evita assim, a liberação dos HPA,s já que a fornalha opera com temperaturas estáveis e elevadas.
Tipos de processos associados ao sapeco de erva-mate
Três são os processos básicos:
O primeiro é o manual, que está em desuso. Neste processo, a colheita era realizada para obter galhos de maior dimensão, permitindo o sapeco manual, feito com o operador atrás de uma “murada” de troncos e os galhos de erva-mate expostos diretamente à chama de uma fogueira.
O segundo é o “mecanizado”. Nele, a erva-mate passa por um “cilindro” (tronco de cone) giratório, feito com chapas perfuradas ou tela. Uma fogueira é feita sob o corpo do equipamento, onde a erva mate verde entra em contato com as chamas.
Um terceiro processo, mais “moderno”, é o tenificado. Nele, a erva é transportada até a entrada do sapecador, caracterizado como um cilindro giratório. Dentro do equipamento, passa pela chama da fornalha, movendo-se ao longo do cilindro e saindo na extremidade oposta à erva sapecada.
Por fim, os sapecadores são equipamentos simples e de fácil operação, além de terem grande importância para a produção de erva-mate de excelente qualidade.
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